Branco Mello passa a limpo toda a história dos Titãs no documentário Titãs, A Vida até Parece uma Festa


Junto com diretor Oscar Rodrigues Alves, Branco organizou com o auxilio da produtora (e sua esposa) Angela Figueiredo mais de 200 horas de filmagens. Está tudo lá, desde as primeiras apresentações do grupo na faculdade - com direito a um visual hilário, mas de acordo com a época, afinal nos anos 80 era permitido - até a saída nem tão agradável de Nando Reis, passando pela morte de Marcelo Fromer. As horas de gravação dentro do estúdio, a seleção das músicas e a criação de alguns dos sucessos mais pontuais dos Titãs como Epitáfio com Fromer dando opiniões para Sergio Brito (talvez o momento de maior emoção de todo o documentário).
Branco e Oscar optaram por mostrar a trajetória da banda em forma de retalho, avançando e retornando as imagens no tempo de acordo com cada acontecimento. Ponto para Branco por ter filmado de diferentes formas, em VHS, Hi-8, Super 8 e mini DV seu documentário, pois deu um estilo caseiro e informal ao dia dia da banda e desmistificou um universo que ainda para muitos está ligado, de forma errada e preconceituosa, ao glamour das celebridades. Porém ao se apoiar, em diversos momentos, em gravações de arquivo de algumas emissoras (destacando aí a extinta Tupi, Globo, Bandeirantes (atual Band) e SBT) o documentário perca um pouco de sua graça. Seria mais adequado mostrar os bastidores da banda nesses programas. As imagens de apresentações em programas do Chacrinha, Bolinha, Silvio Santos e cia não é novidade para a geração You Tube. No final a idéia ficou apenas na intenção. O destaque fica pelo tom de amizade que o documentário consegue passar. É nítido como a parceria entre os roqueiros vai além dos interesses musicais.
Com seu documentário Titãs, A Vida Até Parece Uma Festa, que está na mostra competitiva do Festival do Rio 2008, Branco Mello aponta uma vertente que o cinema brasileiro não costuma utilizar com tanta frequência na hora de biografar seus artistas (salvo, talvez, o documentário sobre Vinicius de Moraes, uma das poucas exceções), sempre buscando o caminho dos blockbuster brasileiros, à exemplo do filme sobre Cazuza.
Apesar dos tropeços dessa festejada cinebiografia, ver os Titãs dos primordios até hoje em dia vale a pena, muito a pena.
Nota: 8/10

1 Comentários:
Gostei do texto,amigo!
Os Titâs tem muita história pra contar, são muitos anos na mídia. Não sou um fã da banda, mas respeito-a pela longevidade.
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