
Leonera, drama de diretor argentino Pablo Trapero, mostra Rodrigo Santoro mais uma vez em ótima forma

A história é simples porém muito eficiente e o elenco consegue fazer da experiência de se assistir este filme, uma catarse emocional que prende do início ao fim.
Uma jovem universitária de 25 anos é acusada de tentar assassinar dois homens: Seu namorado e o amante dele.
O roteiro não soluciona o mistério, deixa a conclusão para o público: Seria a jovem responsável pelo crime ou, como ela alega, os dois teriam tido uma violenta briga passional. Trapero não subestima seu público em nenhum momento.

Não há elogios suficientes que possam ser dados à belíssima atuação de Martina Gusmán. Sua Júlia Zárate é a força motriz pela qual o filme inteiro se sustenta. Seria uma decepção se sua atuação não lhe rendesse pelo menos uma indicação ao Oscar.
O seu desespero ao vislumbrar o futuro de seu filho sendo criado dentro da prisão, quando instintivamente começa a dar socos em sua própria barriga é apenas uma das muitas cenas dignas de aplausos.
Rodrigo Santoro interpreta Ramiro, o egoísta namorado que sobrevive e pôe a culpa em Júlia. Uma maneira cruel de escapar das garras da lei.
Santoro consegue, mesmo nas poucas cenas onde seu personagem tem chance de brilhar, emitir uma emoção sincera. O brasileiro mostra mais uma vez que está tomando as decisões certas lá fora.

O filme trata dos mais diversos temas, inclusive os mais densos, como o amor homossexual na prisão feminina, o falho sistema judiciário e a importância do amor materno.
Trapero não “tapa a vista” do público, ao contrário, despeja nudez e cenas fortes ao longo da projeção. Porém, por incrível que pareça, a Leonera não nos afasta em repúdio e sim nos prende, emociona e faz pensar.
Um filme muito bom que me deixou com vontade de assistí-lo de novo. Ótimo sinal.
NOTA : 9,0 / 10
5 Comentários
Queria saber quando esse filme estréia nacionalmente.
Parabéns ao blog!
Eu nem tinha conhecimento dele!