
No ano que passou, pudemos testemunhar um acontecimento raro, porém de extremo impacto emocional. A morte acidental do jovem astro Heath Ledger, aos 28 anos, no seu auge profissional não o impediu de ser indicado aos maiores prêmios de sua categoria, transformando as cerimônias em homenagens póstumas, como que uma maneira dos críticos de dizerem adeus ao ator, sendo que em vida, talvez não tivessem lhe dado a importância merecida. No caso de Ledger, sua morte serviu como uma constatação de seu enorme talento e sua provável e merecida vitória no Oscar como ator coadjuvante pelo filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, um formal pedido de desculpas.
Quando um astro nos deixa após muitas décadas nos entretendo, nos entristece, porém guardamos na memória todo o manancial de ótimas interpretações que nos foi oferecido. Porém, quando o mundo artístico perde alguém como Heath Ledger, fica a sensação terrível de termos perdido a oportunidade de presenciar um futuro glorioso.

Na década de 40, um jovem astro chamado Montgomery Clift participou de um dos melhores Faroestes da história do cinema, “Rio Vermelho”, do genial Howard Hawks. A partir daí sua fama foi instantânea. Seguiram-se sucessos como “Um Lugar ao Sol” e o maravilhoso “A um Passo da Eternidade”. Aos 45 anos, o ator assumidamente gay, lutou contra as regras pré-estabelecidas da sociedade, que fizeram com que astros como Rock Hudson escondessem sua condição sexual, porém era viciado em álcool e barbitúricos, o que o levou a problemas em sets de filmagem e uma grande publicidade negativa. Depressivo, desistiu de viver a poucos meses de completar 46 anos.

A bela Natalie Wood aos 17 anos, participou do filme “Juventude Transviada”(1955) fazendo par romântico com o então astro em ascensão James Dean. Foi indicada ao prêmio da academia e iniciou uma carreira de sucesso em Hollywood. Participou do faroeste de John Ford “Rastros de Ódio” e do musical vencedor de melhor filme, “West Side Story” de Robert Wise. Aos 43 anos de idade e ainda com muito a mostrar para seu público, a jovem desapareceu no mar, após uma saída noturna no iate de seu marido. Muitos acreditam que a mesma tenha se suicidado, porém nada foi confirmado até hoje. Seu colega no filme “Juventude Transviada”, James Dean, teve um futuro mais feliz, mesmo que tendo participado de menos filmes. Símbolo da atitude rebelde do início dos anos 50, Dean é hoje considerado um ícone cultural. No filme já citado e no épico monumental “Assim Caminha a Humanidade”, ao lado de rock Hudson e Elizabeth Taylor, o jovem teve a oportunidade de demonstrar seu talento em atuações viscerais. O pararelo com Heath Ledger é inevitável, pois ambos se entregavam completamente a seus trabalhos.
James Dean morreu, porém é visto até hoje em camisetas que estampam seu rosto. Seu nome é imortal. Sua fama somente aumentou com o passar dos anos, tornando-o uma referência. O mesmo pode ser dito sobre Norma Jean Mortenson, ou como ficou conhecida: Marilyn Monroe.
O maior símbolo da sensualidade do cinema dos anos 50, a jovem estrela colecionava sucessos em seu currículo, filmes que entraram para a história do cinema, como “Quanto Mais Quente Melhor” de Billy Wilder, onde ganhou um Globo de ouro por sua performance ao lado de Jack Lemmon e Tony Curtis. Seu relacionamento com o então Presidente americano John Kennedy foi manchete da época durante muito tempo.

No mesmo ano em que a loura mais famosa do cinema nos deixava, no outro lado do mundo, um jovem iniciava uma carreira de sucesso.
Bruce Lee não era apenas um exímio estudioso das artes marciais, era também filósofo e possuía um carisma fora do normal. Foi com este carisma que chamou a atenção dos estúdios americanos, após alguns filmes orientais de sucesso que estrelou, como “A Fúria do Dragão”. N


Não tão imerso em teorias de conspiração, porém muito lembrado por seus fãs, o ator John Belushi havia feito sucesso na série de TV “Saturday Night Live”, com seu estilo desbocado e falastrão. Porém foi no cinema que seu sucesso mundial aumentou, em filmes como “Clube dos Cafajestes” e “Os Irmãos Cara-de-Pau”.
Em 1982, o mundo acorda em choque com a revelação de que o jovem e promissor comediante havia sido encontrado morto em sua casa, após uma overdose de drogas, aos 33 anos. Nenhum ator preencheu sua lacuna em seu tipo de humor. John Belushi continua único.

O que todos estes jovens têm em comum além de terem tido suas vidas terminadas bruscamente? A sorte de terem se tornado imortais.
O mundo jamais esquecerá James Dean. Marilyn Monroe continuará arrancando suspiros de gerações por vir,. John Belushi continuará me fazendo sorrir ao assisti-lo. Bruce Lee é o rei das artes marciais e todos o veneram até hoje. E Heath Ledger irá receber na noite do dia 22, o prêmio máximo, adentrando assim, no olimpo sagrado dos astros eternos.
A morte não limitou seus talentos, apenas colocou-os em foco.
Trechos de Candy com Heath Ledger:
O Cavaleiro das Trevas: Oscar para o Coringa?
5 Comentários:
Na verdade, em mtos casos, a fama é uma gde armadilha pois pode trazer tentações, preconceitos, prisão (perde -se a liberdade do ir e vir) e tantas outras consequências. Mtas vezes o famoso não está bem preparado p/ suportar tanta pressão e esses casos citados no post são só alguns exemplos do q a fama pode ser e trazer se não for bem administrada. Bjs
Muito legal a lembrança do imortal James Dean e o, hoje meio esquecido entre os jovens, Montgomery Clift.
A qualidade do texto salta à vista!
Não duvido nada se um dia eu vir os criadores deste blog como os "Roberto Marinho" do futuro.
É incrivelmente fascinante lembrar destes grandes astros e ainda mais com uma narrativa deste tipo,ágil e de fácil leitura.
É uma pena termos perdido estes astros tão cedo.Eles ainda tinham muito a dar para nós...Mas os mitos,não morrem nunca!
Ah! Só senti falta de uma coisa : uma foto de Natalie Wood !
Uma das matérias mais completas que já li sobre o tema, parabéns ao Octavio pelo trabalho de pesquisa.
Como dizia Freddy Mercury: "Who want to live forever?"
Postar um comentário