Muito antes de Christian Bale dar vida, ou melhor, nova
vida ao Homem-Morcego nos cinemas, outros atores se aventuram por Gotham City e
pela vida nada convencional de Batman.
A jornada do Cavaleiro das Trevas – que anteriormente nem
era tão soturno assim – começou décadas atrás, mais precisamente nos anos 40
com o hoje desconhecido Lewis Wilson no papel do Homem-Morcego. Com um visual
risível para os padrões atuais nas aventuras derivadas dos quadrinhos, seu
Batman era um agente do governo, longe de ser o justiceiro mascarado que
estamos acostumados a ver. Robin, vivido por Douglas Croft, já dava o ar de sua
graça nessa aventura que mais parecia um cosplay do herói. Anos depois, em
1949, Robert Lowery envergava a capa do cruzado embuçado, mas a vergonha alheia
continuava.
Anos mais tarde, já na década de 60, Batman voltaria a dar
as caras em uma versão Live Action, agora na televisão. A série, que durou
somente três temporadas, agora contava com um rechonchudo Homem-Morcego vivido
por Adam West e Burt Ward como Robin. Apesar da série camp ter feito sucesso na
época ela foi responsável por colocar em dúvida o relacionamento de Batman e
seu ajudante. Colorida e alegre, longe do verdadeiro perfil do personagem,
Batman e Robin contaram ainda com a participação da BatGirl em sua última
temporada. Mesmo com a ajuda da filha do comissário Gordon, a série foi
cancelada, mas antes ganhou um longa para os cinemas com a participação de seus
alegres vilões Coringa, Charada, Pingüim e Mulher-Gato. Joel Schumacher bebeu nitidamente
de sua fonte nos dois filmes do Homem-Morcego dirigidos por ele.
Somente muito tempo depois Batman voltaria a dar as caras
na tela, dessa vez nos cinemas. E o improvável Tim Burton, que vinha do seu
recente sucesso Os Fantasmas se Divertem, foi o responsável por trazer o
Homem-Morcego de volta aos holofotes.
Com uma superprodução, o longa fez bonito nas bilheterias e sua aventura
dark ficou marcada pela ótima atuação de Jack Nicholson como o vilão Coringa,
que colocou o Batman de Michael Keaton para escanteio. Kim Basinger, ainda no
auge de sua beleza, era a mocinha da vez vivendo Vicky Vale. Com o sucesso do
filme, Burton carimbou sua passagem para a segunda aventura de Batman, porém
nem tudo saiu como se esperava para parte dos fãs.
Tim tentou imprimir em seu segundo longa um tom mais
realista (o que Nolan conseguiu exemplarmente em Batman Begins e Dark
Knigth), porém esbarrou na excentricidade ao criar o perfil dos
personagens. Vide sua versão do vilão Pinguim (Danny De Vito). Apesar desse exagero,
o filme marcou a carreira da atriz Michelle Pffeifer,
que se destacou dando vida a sexy Mulher-Gato.
Mas o pior ainda estava por vir. Joel Schumacher
substituiu Tim Burton na terceira aventura do homem-morcego, intitulada Batman
Eternamente. Se os fãs haviam torcido o nariz para o que Tim Burton havia
criado para o Batman nos filmes anteriores, dessa vez eles viraram o pescoço
todo. Schumacher conseguiu reviver o cenário camp da então finada
telessérie do morcego (como citei lá em cima), por muitos culpada pela má
fama do herói da DC mundo afora. O diretor de Garotos Perdidos (Lost
Boys- 1987) criou um ambiente multicolorido como a série, vilões caricatos
e inseriu Robin, o menino-prodígio (Chris O´Donnell) no
universo do cavaleiro das trevas. Não é preciso dizer mais nada. Sendo outro
sucesso comercial, mais um vez um vilão roubou a cena, desta vez o Charada
de Jim Carrey. E Tommy Lee Jones (Duas-Caras) não precisava desse
filme em seu currículo. Nicole Kidman, que vivia o interesse romântico do Bruce
Wayne vivido por Val Kilmer (que ainda tinha pinta de galã, ao contrário do que
se vê hoje em dia).
Mesmo com os erros de Batman Eternamente, Schumacher
permaneceu no comando da franquia. E o que veio a seguir saiu pior que a
encomenda. Dessa vez foi uma pá-de-cal no Homem-Morcego. Não satisfeito com o
filme anterior, Schumacher aumentou o cenário carnavalesco do longa e vilões
idem. Arnold Schwarzenegger mostrou mais uma vez que atuação nunca foi seu
forte. O mesmo vale para George Clooney. Pelo menos o galã melhorou com o tempo
e não enterrou sua carreira nos cinemas como Chris O´Donnel (Robin) e Alicia
Silverston (Batgirl). Uma Thurman viva a sexy Hera-Venenosa.
Mas felizmente Christopher Nolan cruzou o caminho do
personagem em 2005 e entregou o primeiro filme que honrava toda a história
construída para o Homem-Morcego desde sua criação por Bob Kane. Batman Begins
estreava com uma releitura totalmente oposta ao que havia sido feito até
então para o personagem no cinema e televisão. Roteiro coeso com altas doses de
realidade, um universo crível na tela de cinema e uma atuação digna de
Christian Bale, que dessa vez fez o herói de Gotham City o verdadeiro
protagonista da aventura. Michael Caine, Morgan Freeman, Liam Neeson, Cillian
Murphy e um Gary Oldman irrepreensível completavam o elenco. Katie Holmes era a
única nota dissonante nesse enredo, mas que seria substituída, felizmente, na
aventura seguinte por Maggie Gyllenhaal. Batman - Dark Knight (Batman – O Cavaleiro das Trevas), que
estreou três anos depois elevava o universo do personagem à enésima potencia.
Depois da “introdução” em Begins, agora era hora de Batman
e seu universo tomar forma de vez no imaginário dos fãs e do público que ainda
tinha dúvidas quanto ao poderio do personagem nas telas de cinema. Com Dark
Knights qualquer dúvida se dissipou mostrando não só um Christopher Nolan ainda
mais maduro no comando da franquia como um roteiro dos mais elaborados e mais
bem desenvolvidos até então para adaptações de histórias em quadrinhos.
E o maestro desse concerto “caótico” – no bom sentido da palavra, se é que isso existe – estava um Heath Ledger perfeito, maravilhoso e visceral como nunca havia sido visto antes. Seu Coringa ia da sutileza até a selvageria em questão de minutos, de uma cena à outra, num piscar de olhos. Heath, que infelizmente faleceu vítima de uma overdose acidental de remédios antes do filme chegar às telas de cinema, conseguiu se sobrepor ao personagem criado por Jack Nicholson no fim dos anos 80 no imaginário dos fãs do homem-Morcego. Com a segunda e elogiada aventura de Batman, estava criada a expectativa pela terceira aventura e o fechamento da saga. Aventura que chega aos cinemas nesta sexta cheias de expectativas e surpresas. E acredita. A espera vai valer a pena.
E o maestro desse concerto “caótico” – no bom sentido da palavra, se é que isso existe – estava um Heath Ledger perfeito, maravilhoso e visceral como nunca havia sido visto antes. Seu Coringa ia da sutileza até a selvageria em questão de minutos, de uma cena à outra, num piscar de olhos. Heath, que infelizmente faleceu vítima de uma overdose acidental de remédios antes do filme chegar às telas de cinema, conseguiu se sobrepor ao personagem criado por Jack Nicholson no fim dos anos 80 no imaginário dos fãs do homem-Morcego. Com a segunda e elogiada aventura de Batman, estava criada a expectativa pela terceira aventura e o fechamento da saga. Aventura que chega aos cinemas nesta sexta cheias de expectativas e surpresas. E acredita. A espera vai valer a pena.
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